Debret, um artista da Missão Artística Francesa no Brasil


Jean Baptiste Debret foi um pintor e desenhista francês que integrou a Missão Artística Francesa no Brasil, a convite de Dom João VI, durante o período em que a corte portuguesa instalou-se no Brasil, que foi elevado a Reino Unido a Portugal e Algarves. Nasceu a 18 de abril de 1768, na  capital francesa, Paris, onde permaneceu até 1816. Em março daquele ano, Debret chegava ao Brasil, onde permaneceria até 1831.
Debret é primo de Jacques Luis David, grande artista líder da Escola neoclássica, ao qual seguiu e estudou nas principais escolas de arte do país (Lycée Luis-le-Grand, Escola de Belas Artes de Paris e, depois, Institut de France) chegando a ser aluno de seu primo. Recebeu vários prêmios, inclusive foi financiado por Napoleão em algumas oportunidades. Quando o candidato a ‘rei do mundo’, Napoleão, foi derrubado, vários artistas perderam o incentivo. Além disso, Debret perdera um filho com 18 anos de idade, apenas. Estes fatos fizeram com que ele aceitasse o novo desafio e vir enriquecer a arte no Brasil.
A presença de imagens cotidianas é marca deste artista, desde o trabalho de escravos e o movimento das ruas, os primeiros anos do governo de Dom Pedro I e até um retrato de Dom João VI em escala real, que você vê abaixo:

Retrato de Dom João VI, 1817 - Museu de Belas Artes, RJ [In: Phalerae]

Também atuou como professor da primeira escola de arte do Brasil - a Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro - bem como montou a primeira exposição de arte do nosso país, em 1829, montada com as obras dos alunos, a qual fez muito sucesso na época.
Por seu estilo de pintar, a obra de Debret é considerada como fonte histórica, por descrever comportamentos da sociedade e perpetuá-los na tela, os quais são poucos daquela época, tanto que vários livros de história as usam. Por sua característica, não há conceito inovador em pintura, pois havia a necessidade de descrição unívoca. Questões sociais como a tortura pela qual os negros sofreram não foram omitidas, como também se mostrou uma situação social indígena idealizada, a busca de portugueses por uma vida melhor, natureza e religiosidade.
Entre 1834 e 1839, já na França, publicou a ‘Viagem pitoresca e histórica ao Brasil’, obra em que retrata os costumes da sociedade brasileira baseados em anotações realizadas por Debret, como se fossem grandes notas de texto para cada uma de suas gravuras, elucidando também a essência destas. A Academia Imperial de Belas Artes, antes Academia de Artes e Ofícios, seguiu com suas atividades após a partida de Jean Baptiste, fora mais uma contribuição sua, pois ajudara a criá-la e lecionara ali enquanto esteve em nosso país.
A Bandeira Imperial, com o losango amarelo e o fundo verde, mantidos após a proclamação da república na atual Bandeira brasileira, são outra contribuição de Debret, que foi o criador da bandeira, com a colaboração de José Bonifácio de Andrada e Silva:

Bandeira brasileira imperial
monarquia.org

Os ramos de café e tabaco foram escolhas pessoais do Imperador, simbolizando as riquezas brasileiras, ligadas por uma fita ao rico brasão Imperial.
Em uma de suas viagens a São Paulo, Debret retrata o que seria a colina onde se instalou a ‘pedra fundamental’ da cidade:

Arquitetura/UFSC

Nesta outra obra, soldado de Cavalaria guiando um tonel de água destinado ao abastecimento de um alojamento militar, uma Caserna. A carroça é acompanhada por um militar condenado a trabalhos forçados. A imagem é datada de 1826.

Professora de Artes

Veja também as obras ‘Marimba. O passeio de domingo à tarde’ de 1826 e ‘Negro trovador’ do mesmo ano, em sequência:

Obra de Debret
Professora de Artes

Obra de Debret
Professora de Artes

A seguir, a tela ‘Estudo para desembarque de D. Leopoldina no Brasil’ :

Obra de Debret
Museu Oscar Niemeyer

Mais algumas obras de Jean Baptiste:
Ilustradores queridos

Ilustradores queridos

Costumes dos ministros e secretários de estado’ - 1826

Obra de Debret
Museu das Minas e do Metal

Família dos botocudos em marcha’ - 1834

Obra de Debret
Museu das Minas e do Metal

Interior de uma casa cigana’ - 1820

Museu das Minas e do Metal 

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