Deputado em devaneio

Cultura 

Mais uma proposta de Lei que polêmica surgiu nos últimos dias, que ameaça as provas que envolvam animais. Esta proposta é do deputado paulista Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que pode afetar as provas da festa de rodeio de Barretos e as festas de rodeio tradicionalistas gaúchas. O título do post é o nome de uma canção criada pelo compositor Arabi Rodrigues, com melodia de João Luiz Corrêa, com o objetivo de realizar protesto contra esta que é, como muitas outras, mais uma proposta que não cria uma Lei que realmente traga resolução aos problemas mais graves pelos quais a sociedade brasileira passa. Mais uma proposta que vem se unir ao conjunto de inutilidades que fazem crescer o pensamento de que a classe política brasileira busca polemizar para mostrar serviço.
 
[Tiro de Laço no Rodeio em Vacaria – RS. Foto: Danilo Ciotta]

As ONG’s e entidades de defesa dos animais saíram em defesa da lei, por um lado e, por outro, os membros de Rodeios por todo o país já se muniram de argumentos contra. Estamos diante de uma situação que, ao contrário das analogias inconsistentes às touradas já feitas, é perfeitamente possível conciliar bem-estar animal e diversão. A Lei, segundo o autor, se deve ao episódio da quebra da coluna vertebral de um bovino durante uma destas festas, ou seja, um fato isolado justificando a 'quebra' de uma atividade cultural que faz parte da tradição de nosso país.
Animais criados para participar de rodeios recebem tratamento especial, cuidados superiores aos dos destinados aos ‘fins comuns’ como a produção leiteira e gado de corte. O respeito dado a estes animais é invejável. Um caso particular disto é a apresentação em noticiários de TV do enterro do Boi Bandido, famoso pela participação em novela. Outro exemplo é o revezamento na participação destes animais em provas de tiro de laço, onde estes correm de 100m a 200m e passam algum tempo descansando, até a próxima corrida.
No estado do Rio Grande do Sul, onde o mais tradicional Rodeio ocorre na cidade de Vacaria, o CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Porteira do Rio Grande, organizador do evento, criou regras que proíbem os maus tratos animais, como a não permissão do uso de esporas pontiagudas. O cumprimento das regras é supervisionado por uma ONG de proteção animal. No restante do estado, o mesmo cuidado já está sendo visado, por acordo entre o Ministério Público e o MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho).
E esta é a solução mais racional para o problema pois, já que os supostos maus-tratos estão sendo postos em discussão, que haja fiscalização e que se viabilize a continuidade das manifestações culturais tradicionais. O que se precisa, para a resolução de um problema como este, é uma visão abrangente, não unilateral.
Por fim, assista ao vídeo da música que nomeou este post:

 [Aguarde ao carregamento da página. Se a tela ficar preta, clique para assistir. Vídeo: João Luiz Corrêa e Grupo Campeirismo]

 

 

 
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