Bão de bico

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Esta história, contada por Felipe e Falcão, demonstra o destino que levaria um sujeito que se negasse ao casamento após o envolvimento com uma moça, em tempos passados. Será que valia a pena toda esta pressão?

“O dia em que me casei
Deu um bafafá danado
Casei na delegacia
Lá do nosso povoado 

O juiz que me atendeu
É o famoso delegado
O padre para a cerimônia
Foi um bando de sordado 

O sogro foi testemunha
Com revólver carregado
Se acaso eu dissesse não
Ele tinha me matado. 

O casamento forçado
Muitas vezes não é ruim
Eu sofria pelo mundo
Hoje eu vivo num jardim 

Sei que eu não quis casar
Mas eles quiseram assim
Durmo em colchão de mola
Já não durmo no capim 

Brigo muito com a muié
Mas na briga eu vou dar fim
No dia em que eu bato nela
Meus cunhados batem em mim 

Trabalhar, eu não trabalho
Não dou bola pra ninguém
Sustentar a filha dos outros
Eu acho que não convém 

Gosto de viver encostado
Sempre nas costas de alguém
Vida boa igual a minha
Não é qualquer um que tem 

Lá na casa do meu sogro
Estou vivendo muito bem
Ele trata da muié
E trata de mim também 

Canto moda de viola
Para não ouvir fuxico
O véio até suspira
No ponteado e no repico 

O véio que era pão-duro
Já deixou de ser rídico
Vivo nas costas dos outros
Levando vida de rico 

Fome eu não passo mesmo
Sem dinheiro eu não fico
Pra viver sem trabalhar
Precisa ser bão-de-bico 

Escute a música aqui:

 
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