Os desafios de realmente aprender uma língua estrangeira

Essencial em um mundo sem fronteiras

 

Aprender uma língua estrangeira, sabendo escrita e fala fluente, tornou-se pré requisito fundamental para quem pretende deslanchar na carreira, viajar, enfim, ampliar seus horizontes. Mas não se pode afirmar que este aprendizado seja fácil, tampouco que seja rápido. Promessas do tipo ‘fale russo fluente em três dias’ não fazem nenhum sentido.

[A tradução automática não é a melhor alternativa. Foto: Emmanuel França]

Quando iniciamos o nosso processo de fala e aprendemos a escrever mais tarde, aprendemos a articular todas as nossas atividades em função da chamada língua-mãe. Até os nossos pensamentos fluem nesta língua: se você cresceu falando português, você não vai pensar rotineiramente em italiano ou alemão. Deste ponto parte uma das dificuldades da aprendizagem: cortar o cordão umbilical com a língua mãe e pensar. Quando for necessário, será preciso pensar diretamente na língua estrangeira, e responder de forma automática em um diálogo. Você já imaginou se, a cada vez que precisar falar com alguém em solo estrangeiro você fizesse uma tradução automática para o português, pensasse em uma resposta também em português e a traduzisse para o inglês, como seria? Claro que, na escrita, é possível essa chamada à língua conhecida, contando com dicionários.
Ao pronunciar uma palavra em outra língua, também há a peculiaridade em certos sons e a fluência nesta pronúncia. Muitas pessoas reclamam em exercícios de escuta de diálogos de que o ritmo é muito rápido. Porém, antes de fazer esta reclamação, preste atenção no Jornal Nacional, por exemplo: os âncoras não falam palavra por palavra, pausadamente, e nem por isso deixa de haver fluência e entendimento. Assim, é bom buscar a conexão entre sons de vogais e consoantes consecutivas (no caso do inglês), ou outros sons particulares, como o som do th (no inglês, semelhante à história da sopa de massinha); c com acentos agudo ou grave (no servo-croata, as entonações dos sons tch); j com som de r (não muito forte, pois o r possui um som R acentuado), fazendo com que haja um limiar entre jamón (ramón - presunto) e Ramón (Ramón – Ramón mesmo, pois se trata de um nome); e muitos outros exemplos. Por mais que não nos demos conta, a Língua Portuguesa é perfeita em termos de sonoridade, associando praticamente um som para cada letra, o que nos deixa mal acostumados.
Os falsos cognatos ou falsos amigos são outro problema. Ao ver uma palavra semelhante a nossa língua-mãe, não devemos associá-la diretamente ao seu significado conhecido. A origem das línguas e a mescla entre elas é um dos motivos desta mixórdia. O Inglês, por exemplo, possui origem nas línguas latinas, e incorporou vocábulos de outras línguas, por ser quase uma linguagem global. O que em português é escritório, em espanhol é oficina. O que em português é escrivaninha, em espanhol é escritório. E assim por diante...
Contudo, é preciso ser persistente. No momento em que estas dificuldades surgirem, lembrar de que, como aconteceu em sua alfabetização, este é um processo igual àquele do passado. As palavras saem confusas, tímidas, mas vão ganhando melodia e corpo com a confiança e o conhecimento. Então,

– Boa Sorte! – Good Luck! – Buena Surte! – Срећно! – Sretno! – Bonne chance! – Buona sorte!
 

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